PROJETO PROPAGA A ADOÇÃO DE ANIMAIS EM JUAZEIRO DO NORTE, CE
A adoção de animais no Cariri aumentou nos últimos anos, com a atuação das entidades protetoras. Trabalhos de sensibilização têm sido realizados, a exemplo de feiras, como oportunidade de promover a adoção responsável. São mais de 300 animais, entre cães e gatos, doados apenas por uma das entidades, nos últimos dois anos.
O projeto busca principalmente bichos que estão sem nenhum tipo de proteção, abandonados, para cuidados e depois o encaminhamento para a posse responsável. As feiras, conforme os organizadores, têm sido importantes no sentido de conscientizar a população quanto ao acompanhamento e cuidados aos cachorros e gatos.
De acordo com a presidente da Associação Protetora dos Animais Carentes (Apac), Jaqueline Ferreira Gouveia, a cada dois ou três meses vem sendo realizada uma feira de adoção e tem sido um sucesso. "Os animais têm sido adotados, principalmente os vira-latas que a sociedade tem um certo preconceito, por não serem de raça. As pessoas que adotam não estão cooperando com o comércio de vida, porque amizade não se compra", diz a presidente.
O trabalho das entidades normalmente conta com a atuação de voluntários. Na feira realizada no Cariri Garden Shopping, no último fim de semana, havia cerca de 20 pessoas trabalhando. A equipe conseguiu levar ao centro de compras mais de 30 cães e gatos, adotados por moradores de várias cidades da região. Todos esses são tratados e vermifugados.
Adoção
Após passar por uma série de exames, os animais são entregues aos seus novos tutores sob orientações dos técnicos presentes na feira, além de veterinário. Além disso, é assinado um termo de responsabilidade. Os acompanhamentos dos animais têm sido feitos de três em três meses, mas Jaqueline afirma que na maioria dos casos os bichinhos estão sendo bem tratados.
As redes sociais têm sido, conforme Jaqueline, um importante instrumento para divulgar as ações, promovidas pelas entidades regionais. Neste ano, pala primeira vez, dentro da programação da feira de animais, chamada de Pets Day, também foi realizado desfile com a participação de 30 cães, destacando principalmente a amizade entre os cães e seus tutores.
Engajamento
Um dos aspectos que tem chamado atenção dos integrantes da entidade é a adesão principalmente de jovens, que se engajam à causa. Para ela, há uma evolução grande desses participantes, que estão ajudando na divulgação dos eventos e nas redes sociais. Desde o ano passado, já foram realizadas três feiras. As praças da cidade também são palco desses eventos. Jaqueline diz que praça onde há maior foco de adoção durante as feiras é a do Giradouro, na entrada de Juazeiro do Norte, e na praça dos Franciscanos.
Já a integrante da Associação de Proteção à Vida (Aprov) em Crato, Arlene Pessoa, afirma que por algum tempo a entidade realizava feiras de adoção, mas verificou-se que algumas pessoas vinham abandonando os animais. "Aproveitava o momento de empolgação e depois não queriam mais os gatos e cães doados", diz. Hoje, para que haja o processo de encaminhamento dos animais, a iniciativa parte de alguém que queira um bichinho e aí as integrantes da Aprov vão até o local onde se encontra o animal para só então ser adotado. Juazeiro conta com o Projeto Acolhe, Protetores Independentes, e com isso é desenvolvido um trabalho parceiro entre essas entidades. Uma parceria também foi pensada junto ao Centro de Zoonoses. Integrantes da Apac fizeram um projeto de castração em massa de animais, para reduzir a superpopulação na cidade. "Temos a finalidade de poder trabalhar esse projeto em parceria com o Centro de Zoonoses", afirma.
Para Jaqueline, esta parceria com o Centro, seria uma forma de fazer castrações a baixo custo, para a população carente que tem o animal, mas não tem recursos para castrá-lo, além atuar nos principais polos de abandono dos animais, que são os mercados e o cemitério da capela do Socorro. Ela acredita que se esse projeto de sair do papel, em cinco anos haverá uma redução significativa do abandono. "É uma questão de saúde pública. Quanto menos animais abandonados nas ruas, menor é a possibilidade de transmissão de zoonoses pelos animais doentes", destaca. Nos casos graves de maus tratos são realizados tratamentos de vacinação, castração, para os mais adultos, e depois são encaminhados para adoção.
Mas os resultados para pessoas que têm buscado a alternativa da adoção somam pontos bem positivos. Esse é o caso da professora Renata Marinho Paz, já com quatro cães adotados. "Além de podermos ajudar cuidando deles, de uma forma geral esses animais são bem especiais. Arriscaria dizer que eles parecem ser meio gratos", afirma. A adoção mais recente foi da cadelinha Marlee, considerada especial, porque o animal foi muito maltratado antes de chegar ao novo lar. "Só me pergunto o que passa no coração de um ser humano para bater e queimar um filhote tão amável", lamenta.
Enquete
Como avalia a iniciativa?
"É importante dar uma nova oportunidade aos animais que poderiam estar na rua, sendo maltratados. Tanto para eles, quanto para a gente. Um benefício mútuo e que nos dá muita alegria pela participação popular"
Raquel Nobre
Estudante
"Esse é um trabalho voluntário de extrema importância até porque há uma quantidade muito grande de bichos abandonados, particularmente em Juazeiro. Há uma responsabilidade para manter esses animais"
Henrique Lima
Veterinário
Mais informações:
Associação Protetora dos Animais Carentes (Apac)
Rua São Paulo, 1890
Centro - Juazeiro do Norte
Telefone (88): 8848. 6067